Quando Petrobras anunciou na segunda‑feira, 6 de outubro de 2025, a abertura das inscrições para o Programa Jovem Aprendiz 2025, mais de 700 vagas foram disponibilizadas em 13 estados e no Distrito Federal.
Contexto e histórico da política de aprendizagem
A iniciativa da estatal segue a tradição de programas de aprendizagem que remontam à Lei da Aprendizagem (Lei nº 10.097/2000). Desde 2002, a Petrobras já formou milhares de jovens, mas a edição de 2025 traz um salto de escala e um foco ainda maior em diversidade e equidade.
Como explica Carla Silva, diretora de Sustentabilidade da Petrobras, "o objetivo é ir além da simplé inserção no mercado; queremos garantir que jovens em situação de vulnerabilidade tenham caminhos reais para desenvolvimento profissional".
Detalhes das vagas, critérios e distribuição geográfica
O programa tem duração de 21 meses, com jornada de quatro horas diárias, de segunda a sexta‑feira. Cada aprendiz receberá salário‑mínimo integral, vale‑transporte, 13º salário, férias remuneradas e FGTS.
- 30% das vagas reservadas para pessoas negras, indígenas e quilombolas;
- 20% para pessoas com deficiência (PCDs);
- 15% para adolescentes egressos de trabalho infantil ou análogo à escravidão;
- 10% para adolescentes em acolhimento institucional ou em medida socioeducativa.
Os candidatos precisam ter entre 14 e 21 anos na data da inscrição; para PCDs não há limite máximo de idade. As inscrições são gratuitas, realizadas exclusivamente via portal oficial da Petrobras, com prazo final em 12 de outubro de 2025.
A distribuição das vagas cobre 17 cidades, incluindo Manaus (AM), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Linhares e Vitória (ES), Betim e Juiz de Fora (MG), Recife (PE), Curitiba (PR), Natal (RN), Canoas (RS), Aracaju (SE) e as cidades paulistas de Cubatão, Mauá, Paulínia, Santos e São José dos Campos, além do Distrito Federal.
Em parceria com o SENAI, a empresa oferecerá 30 cursos profissionalizantes – 18 de aprendizagem básica e 12 de nível técnico – cobrindo áreas como manutenção industrial, logística, segurança do trabalho e tecnologias digitais.
Impacto social e perspectivas de futuro
O programa responde a um cenário de alta taxa de desemprego juvenil, que segundo o IBGE atingiu 24,2% entre 15 e 24 anos em 2024. Ao priorizar grupos vulneráveis, a Petrobras espera não só reduzir esse número, mas também gerar uma geração de talentos com experiência prática nas cadeias de valor da energia.
Especialistas em responsabilidade social corporativa, como a professora Ana Lúcia Monteiro da USP, apontam que iniciativas de cotas combinadas a pontuações específicas podem ser um modelo replicável por outras empresas do setor de infraestrutura.
Para os jovens, a possibilidade de conciliar estudo técnico e trabalho remunerado em uma das maiores empresas do país representa uma porta de entrada valiosa. "Eu nunca imaginei que teria a chance de aprender com profissionais da Petrobras ainda na escola", contou Lucas Ferreira, 17 anos, residente de Salvador, que já se inscreveu para a vaga de aprendizado em logística.
Como se inscrever passo a passo
- Acesse o portal oficial da Petrobras (www.petrobras.com.br/aprendiz);
- Preencha o formulário com dados pessoais, documentos e informações sobre situação de vulnerabilidade (quando aplicável);
- Anexe comprovantes de escolaridade e, se for o caso, laudos médicos para PCDs;
- Escolha a unidade de trabalho desejada entre as cidades listadas;
- Confirme a inscrição até o dia 12 de outubro de 2025.
Após a fase de análise, os candidatos aprovados serão convocados por e‑mail para entrevista presencial ou virtual, que inclui avaliação de competências básicas e teste de idioma quando necessário.
Perguntas Frequentes
Quem pode se inscrever no Programa Jovem Aprendiz 2025?
Qualquer jovem de 14 a 21 anos, residente nas cidades atendidas, pode se inscrever. Pessoas com deficiência têm prioridade e não têm limite máximo de idade.
Quais são as principais áreas de formação oferecidas?
Os 30 cursos, desenvolvidos em parceria com o SENAI, incluem manutenção industrial, logística, segurança do trabalho, automação, eletrônica e tecnologias digitais, além de opções de nível técnico.
Como são calculadas as cotas de reserva de vagas?
A Petrobras destina 30% das vagas a negros, indígenas e quilombolas, 20% a PCDs, 15% a egressos de trabalho infantil ou análogo à escravidão e 10% a adolescentes em acolhimento institucional ou medida socioeducativa, seguindo metas de diversidade estabelecidas no plano de responsabilidade social.
Qual o valor da bolsa e os benefícios oferecidos?
Os aprendizes recebem o salário‑mínimo integral (R$ 1.320,00 em 2025), vale‑transporte, 13º salário, férias remuneradas e contribuição ao FGTS, exatamente como os funcionários de nível pleno.
Quando e como será anunciado o resultado final?
O resultado será divulgado no portal da Petrobras até 31 de outubro de 2025, seguido de contato individual por e‑mail para agendar a entrevista de seleção.
O aprendizado na Petrobras pode ser visto como um caminho de autoconhecimento onde o jovem não só adquire habilidades técnicas mas também reflete sobre seu papel na sociedade.
É ridículo que ainda precisemos de cotas para garantir inclusão.
Mano isso é mt legal pra galera que quer entrar no mercado, mas tem q ficar ligado nas datas senão perde a chance :)
Nossa, a Petrobras finalmente mostrando que o Brasil investe no futuro dos jovens!
O Programa Jovem Aprendiz 2025 da Petrobras representa uma aplicação prática das disposições da Lei nº 10.097/2000, que institui a aprendizagem como mecanismo de inclusão social. Ao destinar mais de 700 vagas em 13 estados, a estatal amplia significativamente a taxa de ocupação de jovens entre 14 e 21 anos. A reserva de 30% das vagas para pessoas negras, indígenas e quilombolas demonstra um compromisso com a reparação histórica. Da mesma forma, a alocação de 20% das vagas para pessoas com deficiência cumpre as exigências da Política Nacional de Pessoa com Deficiência. As cotas destinadas a adolescentes que foram submetidos a trabalho infantil ou que se encontram em medidas socioeducativas reforçam a estratégia de combate à vulnerabilidade extrema. Cada aprendiz receberá o salário‑mínimo integral, acrescido de benefícios como vale‑transporte, 13º salário, férias remuneradas e contribuição ao FGTS, equiparando‑se aos direitos dos demais colaboradores. O contrato de aprendizagem tem duração de 21 meses, período suficiente para a conclusão de cursos de formação técnica em parceria com o SENAI. Os 30 cursos oferecidos abrangem áreas estratégicas como manutenção industrial, logística, segurança do trabalho e tecnologias digitais, preparando o participante para demandas contemporâneas. Do ponto de vista econômico, a inserção de jovens no quadro produtivo da Petrobras pode contribuir para a redução da taxa de desemprego juvenil, que se mantém acima de 20% segundo o IBGE. Além do impacto imediato no mercado de trabalho, a iniciativa pode gerar efeitos multiplicadores ao estimular o desenvolvimento de competências transversais. A transparência do processo seletivo, que ocorre integralmente online e sem custo, reduz barreiras burocráticas para os candidatos. O acompanhamento das etapas, com entrevistas presenciais ou virtuais, garante a avaliação de competências comportamentais e técnicas. A presença de um programa estruturado de aprendizagem também pode melhorar a imagem institucional da Petrobras perante a sociedade civil. Estudos acadêmicos apontam que políticas de cotas combinadas com formação profissional tendem a ser mais eficazes do que ações pontuais de emprego temporário. Portanto, a replicação deste modelo por outras empresas do setor de infraestrutura seria recomendável. Em síntese, o Programa Jovem Aprendiz 2025 consolida o papel da Petrobras como agente de transformação social e desenvolvimento econômico.
Uau!!! Quem diria que a Petrobras, depois de tantos escândalos, de repente decide ser tão altruísta, não é mesmo?; ainda mais distribuindo salários‑mínimos, vale‑transporte e até 13º salário, tudo isso para nossos jovens; claro, isso tudo será feito com a mesma eficiência que vimos nas últimas licitações!...
Quando analisamos a proposta sob a ótica da epistemologia prática, percebemos que o acesso ao conhecimento técnico funciona como um catalisador da autonomia individual, permitindo que o aprendiz transcenda o status de mero operário e se torne sujeito de sua própria história.