Quando TV Globo anunciou, no dia 11 de julho de 2025, a retomada dos direitos exclusivos da Fórmula 1 para a temporada 2026‑2028, o Brasil inteiro sentiu o impacto. A emissora vai levar 15 Grandes Prêmios ao vivo pela TV aberta, enquanto a SporTV transmitirá todas as 24 corridas, incluindo treinos, qualificações e sprints. O que isso significa na prática? Mais cobertura, mais conteúdo nas plataformas digitais da Globo e, sobretudo, a volta de um clássico que marcou gerações.
Modelo multiplataforma: como tudo será distribuído
O plano de transmissão segue o modelo que a Globo já utilizava antes de sair da F1 em 2020: a TV aberta recebe os GPs mais relevantes, enquanto a assinatura paga – aqui, a SporTV – entrega a cobertura completa. Além disso, o conteúdo será ampliado no Globoplay, no site ge.globo e nos programas jornalísticos da emissora.
Na prática, os 15 GPs selecionados – que incluem o tradicional Grande Prêmio de Mônaco, o de São Paulo (quando houver) e o de Melbourne – serão exibidos ao vivo nos horários de maior audiência da TV aberta. Os nove demais chegarão em pacotes de highlights, com os momentos mais eletrizantes montados por uma equipe de editores especializada.
- TV Globo: 15 GPs ao vivo (gratuita).
- SporTV: todas as 24 corridas ao vivo, treinos, qualificações e sprints.
- Globoplay & ge.globo: conteúdo on‑demand, análises e bastidores.
- Novos programas: show de sexta‑feira e edição especial de “Altas Horas”.
Equipe de correspondentes internacionais
Para garantir que a cobertura seja "on‑site" e não apenas de estúdio, a Globo designou três jornalistas que vão marcar presença nos continentes onde a F1 circula.
Marcelo Correge ficará responsável pelas corridas da Ásia e Oceania, cobrindo desde o GP da China até o da Austrália. Na Europa, a bancada será comandada por Júlia Guimarães, que já tem experiência cobrindo o GP de Mônaco e o de Silverstone. Por fim, Guilherme Pereira cobrirá a América do Norte, acompanhando o GP de Miami, o de Austin e os testes em Indianapolis.
A presença desses profissionais significa que, ao contrário de alguns concorrentes que dependem de feeds de produção externa, a Globo terá imagens exclusivas dos paddocks, entrevistas com pilotos e análises técnicas direto da fonte.
Novas programações e integração na grade
Além da transmissão das corridas, a emissora lançou duas iniciativas de destaque. Primeiro, um programa semanal de sexta‑feira, ainda sem título definitivo, que servirá de "esquentar" para o GP do fim de semana. O formato deve misturar análise de treinos, debates com ex‑pilotos e curiosidades sobre o circuito da próxima corrida.
Segundo, uma edição especial de Altas Horas será ao ar no dia 8 de março, duas horas antes do GP da Austrália – o primeiro da temporada de 2026. A ideia é atrair o público noturno com entrevistas de convidados ligados ao automobilismo, como ex‑piloto Rubens Barrichello e comentaristas internacionais.
Todo esse conteúdo será intercalado nos telejornais da Globo, nos programas esportivos como Globo Esporte e até nas novelas, com “cenas de corrida” que ajudam a manter a F1 no imaginário popular.

Contexto histórico: por que a volta é tão esperada?
A Globo foi a voz da F1 no Brasil por quase quatro décadas, trazendo à memória nacional momentos icônicos como a vitória de Ayrton Senna em Suzuka (1993) e a consagração de Felipe Massa em Interlagos (2008). Em 2020, a emissora perdeu os direitos para a Fox Sports, o que encerrou uma era de transmissões marcadas por vinhetas temáticas e narrativas emocionais.
Os últimos cinco anos – 2021 a 2025 – foram dominados por streamings estrangeiros, o que gerou críticas de torcedores que sentiam falta da "cultura Globo" nas transmissões. O retorno, portanto, não é só um contrato financeiro; é um reencontro com uma tradição que ajudou a construir a identidade da F1 no país.
Impacto para os fãs e para o mercado publicitário
Para o torcedor, a perspectiva de acompanhar as corridas em canais gratuitos abre portas a um público que antes dependia de assinaturas caras. Isso pode ampliar a base de fãs em regiões menos favorecidas, potencializando a venda de produtos licenciados, como camisas e bonés de equipes.
No âmbito publicitário, a Globo ganha um inventário premium para anúncios de marcas que buscam associação com velocidade, tecnologia e emoção. A expectativa é que agências renegociem tarifas de spots de 30 segundos, que antes eram focados em novelas ou esportes populares como futebol.
Além disso, a integração cross‑media – da TV aos apps mobile – permite campanhas de retargeting em tempo real, algo que concorrentes ainda estão calibrando.

Próximos passos e o que esperar da temporada 2026
A emissora já está finalizando a produção do estúdio dedicado ao "Friday Night F1", com previsão de estreia no primeiro fim de semana de março. Enquanto isso, a SporTV começa a montar a grade de transmissão completa, incluindo horários de treinos que serão exibidos em horários alternativos para não atropelar a programação regular.
O grande teste, porém, será a resposta do público. Se os números de audiência do GP de Melbourne (03/02/2026) baterem as metas estabelecidas pela diretoria – estimadas em 12% de share na TV aberta – a Globo pode considerar ampliar ainda mais a presença ao vivo, talvez trazendo mais GPs para o canal gratuito nos anos seguintes.
Perguntas Frequentes
Como a volta da Globo à Fórmula 1 afeta os fãs que não têm TV a cabo?
Com 15 GPs ao vivo na TV aberta, os torcedores poderão assistir às corridas principais sem pagar assinatura. Os highlights dos outros nove GPs também serão exibidos em horários de fácil acesso, garantindo que ninguém perca o espetáculo.
Quais são as novidades no conteúdo da Globo além da transmissão das corridas?
A emissora lançou um programa semanal de sexta‑feira dedicado à F1, trazendo análises, debates e entrevistas exclusivas. Além disso, haverá uma edição especial de Altas Horas antes do GP da Austrália, com convidados do mundo do automobilismo.
Quem são os correspondentes que vão cobrir as corridas ao redor do mundo?
Marcelo Correge cobre Ásia e Oceania, Júlia Guimarães está à frente da cobertura europeia, e Guilherme Pereira cobre a América do Norte. Cada um enviará matérias, entrevistas e bastidores diretamente dos paddocks.
Qual o papel da SporTV na nova parceria?
A SporTV será a responsável por transmitir ao vivo todas as 24 corridas da temporada, incluindo treinos, qualificações e sprints. Essa cobertura completa garante que os assinantes tenham acesso ao calendário completo da F1.
Quando começa a transmissão da nova temporada da Fórmula 1?
A temporada 2026 inicia no dia 2 de março, com o Grande Prêmio de Melbourne, na Austrália. A partir daí, a Globo e a SporTV começarão a exibir as corridas conforme o cronograma oficial da Fórmula 1.
Ao refletir sobre a volta da Globo à Fórmula 1, percebemos que a transmissão gratuita pode democratizar o acesso ao esporte. A combinação entre o canal aberto e a cobertura completa da SporTV cria uma estratégia robusta, considerando tanto espectadores ocasionais quanto fãs ávidos. Além disso, a presença de correspondentes internacionais promove uma narrativa mais rica e contextualizada. Este modelo multiplaforma, alinhado à tradição da emissora, pode servir de referência para outras coberturas esportivas no país.