Jogo grande no Couto: líder pressionado, visitante valente
Clima de decisão em Curitiba. O Coritiba, líder da Série B com 42 pontos, encara o Remo, quinto colocado com 34, em um duelo que mexe direto com a parte de cima da tabela. Em casa, no Couto Pereira, o Coxa tenta proteger a ponta. Do outro lado, o time paraense vem para encurtar a distância do G-4 e transformar a reta final em briga ainda mais apertada. É dia de Coritiba x Remo.
A rodada é a 23ª, aquele trecho do campeonato em que cada detalhe pesa. Se vencer, o Coritiba abre nova gordura e fica mais confortável antes de uma sequência fora de casa. Com empate, soma 43 e mantém a liderança sob vigilância. Em caso de derrota, estaciona nos 42 e pode ver rivais encostarem, aumentando a tensão. Para o Remo, a conta é simples: três pontos em Curitiba recolocam o clube no raio do G-4; um empate, dependendo dos outros resultados, mantém a equipe viva, mas exigindo uma resposta imediata no jogo seguinte.
O mando coritibano não é detalhe. O Couto Pereira costuma dar ao time da casa um ambiente de pressão e volume ofensivo, especialmente no início. O Remo viajou longe de Belém e deve administrar a partida com atenção aos primeiros 15 a 20 minutos, quando o Coxa normalmente acelera a transição e tenta empilhar finalizações. Sem bola, os visitantes tendem a formar um bloco médio/baixo e buscar aceleração pelos lados quando recuperam a posse.
Há mais um fator: a sequência. Depois deste jogo, o Coritiba pega o Operário fora na sexta, às 19h, em um compromisso que pede rotação inteligente do elenco. O Remo volta a Belém para receber o Criciúma na quinta, às 21h35. Ou seja, quem poupar energia hoje pode colher lá na frente; quem exagerar no risco corre o perigo de sentir a maratona na próxima semana.
Escalações, ajustes táticos e como acompanhar
O técnico Mozart manteve a espinha dorsal e confirmou Maicon entre os titulares. O zagueiro dá voz à linha de quatro e organiza a saída curta, algo essencial quando o rival tenta morder alto. Ao lado dele, Tiago Cóser, Jacy e Machado fecham a primeira barreira. Pedro Morisco segue no gol, seguro nos cruzamentos e na reposição.
No meio, Sebastián Gómez, Zeca e Josué formam um triângulo prático: um cão de guarda, um motor para encurtar campo e um homem de passe para quebrar linhas. À frente, Clayson, Dellatorre e Lucas Ronier completam o trio ofensivo, com amplitude, cruzamentos e presença diária na área. Clayson é a válvula pela esquerda; Dellatorre carrega a referência de pivô; Ronier oferece mobilidade para atrair marcação e abrir corredor.
Do banco, Mozart separou cartas para mudar a cara do jogo. João Almeida e Wallison podem aumentar a energia no meio; Carlos de Pena é o chute de média distância e bola parada; Pedro Rangel garante alternativa no gol; Gustavo Coutinho é a opção para empilhar centroavantes nos minutos finais ou, se for o caso, acelerar uma formação com dois homens de área.
No Remo, a preparação foi discreta e com treinos fechados. A expectativa é de uma equipe compacta, com linhas próximas e foco nas transições. Quando subir a pressão, será de maneira coordenada, tentando encurralar o Coritiba no próprio campo e forçar o erro na primeira construção. O jogo aéreo defensivo deve ser prioridade, já que Dellatorre domina o espaço entre zagueiros e laterais e atrai segundas bolas.
Alguns duelos chamam atenção. Clayson contra o lado direito remista tende a ser uma batalha de um contra um; quando ele recebe por dentro, puxa marcador e libera o corredor para ultrapassagem. No meio, Sebastián Gómez precisa proteger a frente da zaga sem perder o tempo de cobertura pelo lado da bola. Se o Remo acelerar as diagonais curtas, esse setor vai decidir muita coisa. E nas bolas paradas, onde campeonatos se resolvem, Maicon vira peça-chave, tanto para ataque quanto para defesa.
O ritmo do jogo pode variar em ondas. O Coxa costuma impor cinco a dez minutos de pressão alta, recuperar segundas bolas e finalizar em sequência. Passado o ímpeto, o Remo tende a alongar a posse, esfriar o jogo e procurar cruzamentos atrasados, com infiltrações em diagonal. O relógio e o placar vão ditar as trocas: se o Coritiba abrir vantagem, Mozart deve aproximar linhas e apostar no contragolpe; se o Remo sair na frente, a resposta pode ser dobrar a presença de área e adiantar laterais.
Em termos de arbitragem, a Série B pede controle emocional. Reclamações em bloco e faltas táticas no meio podem custar caro. O time que melhor administrar o apito e os cartões, sem ceder ao nervosismo, tem meio caminho andado para levar pontos para casa.
Aqui vai o serviço do jogo e o que já está confirmado:
- Partida: Coritiba x Remo
- Competição: Série B – 23ª rodada
- Data: sábado, 23 de agosto de 2025
- Local: Estádio Couto Pereira, Curitiba (PR)
- Transmissão: TV Coxa (áudio, com narração e comentários para o torcedor do Coritiba)
Provável Coritiba: Pedro Morisco; Tiago Cóser, Maicon, Jacy e Machado; Sebastián Gómez, Zeca e Josué; Clayson, Dellatorre e Lucas Ronier. Opções de banco relacionadas por Mozart: João Almeida, Carlos de Pena, Wallison, Pedro Rangel e Gustavo Coutinho.
Sobre o Remo, o clube guardou a escalação. A tendência é um desenho com duas linhas bem ajustadas, meia de ligação para acelerar contragolpes e atenção às costas dos laterais. A confirmação oficial sai minutos antes da bola rolar.
E o que muda na tabela? Se o Coritiba vencer, vai a 45 e sustenta a liderança com autoridade, abrindo margem para administrar a semana. Se empatar, faz 43 e mantém a pressão dos perseguidores. Se perder, permanece com 42 e dá combustível para os rivais. Para o Remo, três pontos em Curitiba recolocam o time na briga direta pelo G-4; um empate segura o time no bolo; a derrota obriga uma reação imediata em Belém.
É jogo de detalhes: primeira bola, segunda bola, bola parada. Quem errar menos, corre menos riscos. Quem for mais maduro, leva. E isso, para dois times que miram a Série A, vale tanto quanto os três pontos.
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