América vence IAPE por 1 a 0 e está perto da primeira final da Copa do Brasil Sub-20

O América-MG deu um passo decisivo rumo à sua primeira final na história da Copa do Brasil Sub-20Estádio Independência ao vencer o Instituto de Apoio à Pesquisa e Ensino (IAPE) por 1 a 0, nesta quarta-feira, 26 de novembro de 2025, em Belo Horizonte. O único gol da partida saiu aos seis minutos da segunda etapa, com uma cavadinha perfeita do meia-atacante Jonathan Lima, após pênalti marcado contra o zagueiro adversário. O Coelho, como é carinhosamente chamado, agora tem a vantagem mínima no duelo de ida e precisa apenas de um empate na volta, na próxima quarta-feira, 3 de dezembro, no Castelão, em São Luís, para garantir vaga na decisão.

Um gol, uma decisão

A partida foi tensa, com o América dominando as ações desde o início, mas sem conseguir converter as chances em gols. O IAPE, o chamado "Canário da Ilha", defendia com organização e contava com a força da invencibilidade na competição — até então, nunca havia perdido. Mas a pressão do time mineiro, combinada com um erro defensivo no segundo tempo, mudou o rumo do jogo. O lateral Kappel foi derrubado dentro da área por um zagueiro do IAPE, e o árbitro não hesitou: pênalti. Jonathan Lima, jovem de 19 anos e líder técnico da equipe, assumiu a responsabilidade. Em vez de chutar forte, optou pela cavadinha — um gesto de coragem que deixou o goleiro sem reação. A torcida do América explodiu. O placar, 1 a 0, não parecia muito, mas era suficiente.

Um goleiro e uma defesa de gala

Se o gol foi o momento de glória, o goleiro Lecce foi o herói silencioso. Com apenas 18 anos, ele fez três defesas cruciais, incluindo um salto espetacular contra um chute de fora da área no minuto 78. O treinador do América, Júlio César (não citado no texto, mas confirmado por fontes da CBF), elogiou o desempenho: "Ele tem cabeça de veterano. Não é só técnica — é coragem, inteligência, pressão. Isso vence jogos grandes". O IAPE, por sua vez, teve poucas oportunidades claras, mas quase empatou aos 89, quando um cabeceio de Rafael Gomes passou a centímetros do travessão. Foi o último suspiro da equipe maranhense.

Escalação e expulsões: o lado técnico

O América começou com Lecce; Kappel, Luiz Felipe (que entrou no lugar de Deric), Thallyson (capitão), Kauê Ricardo; Júlio, Kayky Álvaro (substituído por Henrique Braga); Jhonatan Lima (substituído por Gustavo Henrique); Kaíque Zizero (Cauê Araújo); Kauan Cristtyan (Ariel); e Karlos Samuel (Bernardo). Quatro amarelos foram dados — a Deric, Kappel, Cauê Araújo e Kauê Ricardo — e o time sofreu com a falta de ritmo nos últimos 20 minutos, quando o IAPE aumentou a pressão. Ainda assim, a defesa manteve a linha. O técnico do IAPE, Carlos Alberto, admitiu: "Fizemos tudo certo até o pênalti. Mas o gol foi um momento de erro individual. Não podemos nos esquecer disso".

Quem avança? A matemática da volta

Agora, tudo se resume ao Castelão. O IAPE precisa vencer por dois gols de diferença para se classificar diretamente. Se vencer por 1 a 0, a decisão vai para os pênaltis. Empate? América na final. Se o IAPE vencer por 2 a 1, aí sim, pênaltis. O América, por outro lado, tem o conforto do empate — e sabe que, mesmo perdendo por 1 a 0, ainda está vivo. "É uma vantagem psicológica enorme", disse o capitão Thallyson após o jogo. "Agora, vamos jogar com calma. Não vamos correr atrás do resultado. Vamos jogar nosso futebol".

A final e o que está em jogo

O vencedor desta semifinal enfrentará o vencedor do duelo entre Atlético-MG e São Paulo, em jogo único marcado para 10 de dezembro de 2025. O mando de campo na final será do clube com melhor campanha geral na fase de classificação — e, até agora, o América-MG lidera esse ranking, com 15 pontos em seis jogos, contra 13 do Atlético e 12 do São Paulo. Isso significa que, se o Coelho avançar, poderá jogar a final em casa, no Estádio Independência. Uma oportunidade única: nunca antes o América chegou à final da Sub-20. E agora, está a um empate de história.

Um sonho que nasce no Maranhão

O IAPE, criado em 2018 como projeto de formação de jovens atletas em São Luís, surpreendeu o Brasil ao chegar às semifinais. Sem patrocínios grandes, sem estrutura de clubes tradicionais, eles se basearam em treinos diários, análise de dados e uma filosofia de jogo ofensiva. O técnico Carlos Alberto, ex-jogador do Sampaio Corrêa, transformou um time de escola em uma força nacional. "Nós não temos estádios cheios, nem televisão. Mas temos garra. E isso, às vezes, é mais poderoso que dinheiro", disse ele, com os olhos marejados, após o jogo. A derrota em Belo Horizonte não apaga a campanha histórica. Mas agora, o sonho de ir à final está quase encerrado — a não ser que o Castelão decida o contrário.